Wednesday, May 28, 2008

Vida Carioca I




Minha nova casa e os meus mofos.

Tuesday, May 27, 2008

Genial


Esse site é muito foda!

Sunday, May 25, 2008

Em Brasília são 21:55, e em Botafogo também.

Digito essas palavras no meu computador. Essa máquina que um dia foi de todos lá em casa e agora é só minha. Veio com o resto dos meus pertences. Agora cada um da família tem o seu computador lá em Belzonte, e esse, que fora de todos, agora é meu. Por patético que seja, fico feliz com isso, essa puta, que passou na mão de todo mundo, agora é só minha. Mas é estranho vê-la aqui, no rio, na minha casa nova, quando de fato me acostumei com ela no quarto da casa, agora, de minha mãe. Mas estou feliz com ele aqui me sinto mais em casa. Um dia pensei bestamente como para moi Led Zeppelin decorava qualquer ambiente transformando em casa. Em casa me sinto mais, ao ver textos, músicas, tirinhas vividas e sofridas no tempo da casa primeira.
Sei que vivo no rio já há 2 meses, quase 3. De belo horizonte ficou a certeza da amizade mais linda, e das pessoas bonitas que me carregam com elas. Adorei no sábado perambular com a elisa, dentro de um fusca verde e bonito dirigido por um sujeito maluco, que subitamente saiu do carro com ele em movimento. Queria eu ser cineasta. Mas o fato foi que a gasolinha havia acabado sem avisar, o motorista me abre a porta e sai correndo ao lado do carro. Dali não duvidaria mais de coisa alguma. Amei estar com a Elisa até o quase amanhecer, bebendo e bailando por aí. Ah, que falta sinto dos amigos e das amigas. É bom quando a gente vai entendendo que não entende muito o porquê dos amigos. Mas que é feliz com isso. Porque uns de repente somem e se tornam ainda mais importantes. Ou outros que vemos tão poucos, mas que não arredam do coração. Não dá pra entender mesmo. Não sinto falta dos amigos. Porque sinto mesmo que estamos ressonando em qualquer canto da vida e do mundo. Em qualquer lugar. Ah vontade de doida que me dá as vezes de abraçar todo mundo que amo. Voltei do rio com uma sensação boa e tranquila. Não vou ficar filosofando aqui sobre a amizade. Mas tenho preguiça de quem cobra a amizade, cobra o tempo, cobra uma hora. Amo meus amigos inclusive na preguiça que ocasionalmente tenho de todos.
Aqui em Botafogo, bairro que venho admirando, nem pelas buzinas ou pelas calçadas de 1 metro de largura. Apenas venho admirando.
Uma leitura sagaz sobre o bairro aqui embaixo que vi no blog do André Dahmer.

"Durante todos os anos que morei em Botafogo eu fui Botafogo. Sujo, decadente, obsceno, subversivo e mesmo assim com algum charme e impetuoso. Cada morador de Botafogo guarda em seu coração uma amargura. Alguns uma enorme, do tamanho de uma melancia que engole o coração, mastiga a auto-estima e cospe tudo em um prato da Tok&Stok com a cor da moda. Uma matilha de quase artistas, quase diretores de empresas, quase bem sucedidos que caminham pela praia imunda se perguntando por que não conseguem desfilar com o seu IPod pela Lagoa ou pela Vieira Souto. As duas coisas que ainda colocam um sorriso no rosto desses homens de pouca sorte é o fato de seu orgulho não permitir eles morarem no subúrbio e que não estão tão velhos para morarem em Copacabana. "

Viciado Carioca

Friday, May 16, 2008

Melhor samba "Rasga o coração e cai na vida" do planeta

Se fode quem chama isso de pagode.
Melhor ainda:
Se fode quem acha que pagode é pior que samba. Raiz só é bom pra quem gosta de ficar parado.

Tuesday, May 06, 2008

O fascismo nosso… Isstudo de um caso I

Num dos últimos textos deste Blog narrei minha desventura a bordo de um ônibus, na companhia de um certo engenheiro militar. Nunca havia pensado a respeito desse arquétipo, engenheiro militar, pois parece algo inverossímel. Como se já não bastasse ser engenheiro ou militar. Bom, mas o fato é que por mais louco que possa parecer esse sujeito realmente falou as coisas citadas no texto. Talvez tenha esquecido algo (ele falou também da fama de valente dos homens de sua cidade), mas o principal está aí. Como foi comentado pelo Chico, eu talvez devesse ter conversado com o sujeito e interpelado-o. Outros achavam que perdi a chance de tirar um babaca de circulação (o que obviamente passou pela minha cabeça). Numa disciplina do mestrado, quando narrei o fato, uma colega perguntou se o sujeito não achou ruim o meu cabelo (meio hippie), o fato de ser psicólogo ou mesmo estudante de mestrado. Ou seja tudo terrorista comunista. Mas de fato eu não existia para aquele sujeito, ele apenas disparou sua metralhadora giratória, e eu ali, me reduzi a escutá-lo. Na posição do Chico, a partir dos seus comentarios, tem algo que acho importante, e outra coisa que acredito ser um tanto ingênuo. O argumento do Chico é que assumindo minha posição de intelectual, deveria eu dialogar com esse cara, que se encontra num poço de ignorância, e enfim resgatá-lo de lá. Mostrar a ele como sua opção é equivocada. Obviamente pintei com cores fortes a figura, mas é mais ou menos isso o que o comentário sugeria. O que acho importante nisso é que agindo assim assumimos uma posição mais responsável e menos cínica frente aos problemas da vida, e não nos fechamos numa posição certamente cômoda de relatar o fato para outras pessoas, passando do drama vivido à comédia. Mas acho ingênuo também, porque é acreditar que de fato a razão é boa, e as pessoas que são más, filha da puta ou do capeta, o são porque não pensaram direito. E depois que discutíssemos sobre a ditadura militar, a democracia e os direitos humanos, o sujeito iria mudar suas atitudes e pensamentos. Não acredito nisso. Adotei uma posição ausente, instrumental, de quem observa de fora como se eu não estivesse ali. Isso porque se num primeiro momento estranhei o sujeito dizendo o que ele dizia, num segundo queria saber até onde ele iria. Quando ele falou que “nós militares estamos doidos para voltar”, ou algo assim, não deixei de pensar no que essa frase contém de verdade para os militares (que infelizmente ainda são os que estão com as armas). Pressentia que isso era importante. Como outro dia, numa fila de supermercado, quando ouvi um senhor comentando sarcasticamente sobre um casal que estava na fila rápida ( para no máximo 15 produtos) com muito mais do que isso, “o povo é burro, coitado, não sabe contar até 15, e depois vai eleger um presidente como esse aí...”. Tenho certeza que todo mundo aí já ouviu isso (povo burro elege presidente burro), das filas desse Brasil, aos almoços de família. Gabriel Tarde escreveu há muito tempo atrás: “Politicamente, não são tanto as conversações e discussões parlamentares, e sim as conversações e discussões privadas, que importa considerar. É aí que o poder se elabora, enquanto, nas camaras de deputados e em seus corredores, o poder se desgasta e, frequentemente se avilta. (...) Os cafés, os salões, as lojas, quaisquer locais onde se conversa, são as verdadeiras fábricas do poder.” (Opinião e as massas, Ed. Martins Fontes, p.121).

E me diga você, qual será o poder que estamos fabricando nos shopping centers, blogs e açougues dessa vida, hein?