Tuesday, July 15, 2008

Enfrentando o fascismo nosso de cada dia - Reforço

Achei fantástica essa passagem curta (e grossa) de um site muito interessante que acompanho há algum tempo.





Enfrentamento: desmandos a mando
Observações sobre a comoção & gritaria suscitadas por policiais matarem uma criança na Tijuca, enchendo um carro de bala sem pararem pra pensar quem estava dentro
1. essa história de dizer que os soldados eram “despreparados”(ou para alivar o lado deles ou como crítica à formação policial atual)eu escreveria que, ao contrário, eles estavam “preparados”. A preparação de policiais, a formação que recebem, a informação que lhe passam, é essa de sair atirando mesmo, passar o rodo. É o comando que comanda política do enfrentamento. (ir)Responsáveis também são os comandantes.
2. agita-se muito agora na imprensa e entre cidadãos indignados sobre ações recentes de agentes da “lei” que assassinam inocentes, inclusive criançascomo se a violencia estivesse espiralando e as polícias girando fora de controle(o que realmente está e estão)mas há muito muito tempo policiais e soldados entram-sobem-chegam atirando – e matando gente que nada tem a ver com seus possíveis alvos, inclusive crianças.a notoriedade adquirida pelos absurdos chocantes recentes vem porque acertam pessoas mais de classe média. execuções & assassinatos em favelas ou bairros de periferia são comuns. polícia mata. à toa. a política de enfrentamento de cabral & beltrame & quem mais mais aproveita para dar vazão às suas sanhas apenas (e que apenas, hein) exacerba uma visão existente.
3. a turba que ululava de prazer com capitão nascimento e sua tropa de elite agora quer se chocar com os desmandos, é?não sao duas faces, é a mesma moeda, a coisa tem seu preço.vão agora gritar Caveira lá no enterro do menino João Roberto!!

Tuesday, July 01, 2008

E Tenho Dito! II

Uma semana após o artigo do senador Marcelo Crivella ter sido publico no jornal O Globo, o mesmo jornal publicou a seguinte crítica:

OÃO XIMENES BRAGA - Sai do armário, bispo!

O senador e pré-candidato a prefeito Marcelo Crivella se apresenta como bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e é comum ser chamado de "ex-bispo" na imprensa.
A situação é tão hipócrita quanto a de um homossexual enrustido que se casa com uma mulher e freqüenta saunas gays, acreditando que assim tem o melhor de dois mundos: satisfaz tanto sua natureza quanto a sociedade. Na verdade, porém, vive em negação e não percebe o próprio ridículo.
Todos sabemos que o candidato está numa sinuca de bico. Apesar de liderar as pesquisas e ter o apoio de Lula, ele tem a tarefa quixotesca de reverter o índice de rejeição que sofre por sua ligação com o bispo Macedo. Para piorar, agora se vê às voltas com essa tragédia do Morro da Providência.
Claro que ninguém é maluco de responsabilizálo diretamente pela atitude dos criminosos que venderam três rapazes a outros criminosos. Acontece que essa tragédia inominável chamou a atenção para o caráter "ambíguo" - sejamos gentis - do projeto Cimento Social. O artigo de Crivella publicado sábado neste jornal era o espaço ideal para dissipar essa "ambigüidade". Por que diabos o custo da reforma de cada casa é de R$ 22 mil? A seleção dos contemplados realmente foi feita pelos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus? E por que diabos o Exército está de guarda-costas de empreiteiros quando o próprio Lula já repetiu inúmeras vezes que a instituição não lida com segurança pública? Então o pobre leitor abre o jornal e vai ao artigo de Crivella esperando esclarecimentos de um senador da República e candidato a um cargo administrativo. E o que lê? "Meu Deus, pergunto, até quando? (…) Até quando o ódio e o crime irão lançar nossos jovens, uns ensangüentados, na sepultura, outros com armas na mão, no inferno das celas para serem barbarizados e vegetarem anos a fio numa obscura e triste existência?" Em vez de dar respostas, Crivella fez perguntas a Deus. Pirotecnia verbal, pois Deus, como se sabe, não costuma dar réplica nos jornais, muito menos afirmar Seu apoio a candidatos.
Em vez de dar explicações racionais que pudessem livrar o Cimento Social das acusações de projeto eleitoreiro com dinheiro público, Crivella fez uma defesa da fé - "Creio na corrente dos homens de bem" e blá, blá, blá - usando o vocabulário e o tom dramáticos que são padrão dos bispos midiáticos da IURD.
Crivella pode preferir ser apresentado da forma que quiser, mas não consegue fugir da sua natureza. É um bispo da IURD. Cabe a cada eleitor decidir se quer ou não votar num bispo da IURD, mas o senador precisa sair do armário e deixar claro para todos que pensa, age e legisla como bispo, sob o risco de parecer ridículo, na melhor das hipóteses, ou hipócrita, na pior.
JOÃO XIMENES BRAGA é escritor.


Interessante que o senado tem uma página que coloca as principais notícias sobre os senadores. E parece ser bem amplo, não contendo apenas aquilo que os senadores gostariam que fosse colocado, por exemplo.