Wednesday, December 20, 2006

A tecnologia solidária à minha angústia

Estranho como a solidão vem ainda mais devastadora quando não posso digitar e colocar algo no meu blog. Um desabafo que seja. Sinto-me menos abandonado jogando em fios e cabos, de todos os tipos, mensagens como 1-0-0-0-0-1-1-1-1-0-1 que alguém vai traduzir como “solidão”... Estranhos tempos.

Sozinho, triste, escrevo algo e jogo na Internet sentindo-me bem, apenas pela simples idéia (que não precisa se materializar) de que alguém, em algum lugar vai se debruçar sobre o que senti e se afetar com isso...e só essa idéia me basta. Que isso seja covardia, não me importa. Mas que haja olhos (queria dizer ouvidos) atentos, sensíveis e solidários com a dor de um outro IP. É só isso que peço. E aí fica claro que a solidão é algo imaterial. É algo de saber que há uma menina (moça, mulher ou senhora) que num passado próximo, de vez em quando parava, lia minhas coisas e escrevia algo belo para mim, e depois se ia secreta e misteriosamente. E de vez em quando voltava e ficávamos brincando de esconde-esconde. Ela que eu suspeitava encontrar numa aula terça-feira, mas que podia ser também aquela da janela mais linda, com uma árvore, que nos protegia do odioso concreto armado, essa que ainda tinha um outro “Prosdocimo”, um irmão, a manter guarda e protegê-la na sua cozinha...

Ficou o mistério real. E restou esse sentimento de que eu poderia falar com todos, mas sabia que eles não me ouviriam, e então sabia também que ela sim, ela...ela em qualquer lugar do mundo sempre deixaria de fazer qualquer coisa importante que fosse, e me acharia no “fantástico mundo de blog”.

E nessas ultimas 15 linhas que passaram, já me sinto bem, compartilhando. Agradeço abertamente ao anonimato da Internet, à possibilidade sem culpa de sermos quem quisermos ser, de se falar o que se quiser falar, de se estar à vontade com suas próprias idéias e sentimentos. Não há dedos a apontar e cada um dá o que tem. E tem coisa ruim e coisa boa. Eu só me lembro das verdadeiras pessoas e de suas boas palavras.

1 comment:

Anonymous said...

novamente, valeu! ter que recorrer aa internet quando eu te dou tanta atencao e carinho eh uma ofensa. da ate do de le. parece que ninguem te liga todos os dias e dedica parte da sua vida a esse prosdocimi. ao que me parece, continuo entre parenteses...