Thursday, July 12, 2007

BAR II

Nietzsche - Gaia Ciencia

373. A Ciência como preconceito. – (...) O mesmo se dá com a crença hoje em dia satisfaz tantos cientistas naturais materialistas, a crença num mundo que deve ter sua equivalência e medida no pensamento humano, em humanos conceitos de valor, “um mundo da verdade”, a que pudéssemos definitivamente aceder com a ajuda de nossa pequena e quadrada razão- como? Queremos de fato permitir que a existência nos seja de tal forma degradada a mero exercício de contador e ocupação de matemáticos? Acima de tudo não devemos querer despoja-la de seu caráter polissêmico: é o bom gosto que o requer, meus senhores, o gosto da reverencia ante tudo o que vai alem do horizonte! Que a única interpretação justificável do mundo seja aquela em que vocês são justificados, na qual se pode pesquisar e continuar trabalhando cientificamente no seu sentido (querem dizer, realmente, de modo mecanicista?), uma tal que admite contar, calcular, pesar, ver, pegar e não mais que isso. é uma crueza e uma ingenuidade, dado que não seja doença mental, idiotismo.(...) Não seria antes bem provável que justamente o que é mais superficial e exterior na existência- o que ela tem de mais aparente, sua sensualização, sua pele – fosse a primeira coisa a se deixar apreender? Ou talvez a única coisa? Uma interpretação do mundo “cientifica”, tal como a entendem, poderia então ser uma das mais estúpidas, isto é, das mais pobres de sentido de todas de todas as possíveis interpretações do mundo: algo que digo para o ouvido e a consciência de nossos mecanicistas que hoje gostam de se misturar-se aos filósofos e absolutamente acham que a mecânica é a doutrina das leis primeiras e últimas, sobre as quais toda existência deve estar construída, como sobre um andar térreo. Mas um mundo essencialmente mecânico seria um mundo essencialmente desprovido de sentido! Suponha-se que o valor de uma música fosse apreciado de acordo com o quanto dela se pudesse contar, calcular, por em formulas- como seria absurda uma tal avaliação “cientifica”da música! O que se teria dela apreendido, entendido, conhecido? Nada, exatamente nada daquilo que nela é de fato música!... p.276-8

1 comment:

Anonymous said...

Estou gostando de beber nesse bar!
Isso é o que Nietzsche tem a dizer a respeito da nossa discussão no almoço de ontem! Ele mata a pau mesmo, né? Agressivo e radical...mas com classe e inteligência! vixi!