Sunday, March 13, 2005

Menina do Rio

Nesse ano-novo eu fui ao Rio de Janeiro. Já havia ido há uns 7 anos atrás, quando na verdade ainda não me considerava uma pessoa. Agora aos 21 anos eu me considero uma pessoa, sórdida é bem verdade, mas ainda uma pessoa e voltei à cidade maravilhosa. Ainda mais maravilhosa se você for bad boy e muito marrento, afinal o Rio é a capital oficial da marra. Se você não sabe o que vem a ser uma pessoa marrenta, tá na hora de desligar a vitrola ir pro seu jogo de bingo.
A cidade é realmente linda e blá, blá, blá...Mas outras coisas me chamaram atenção nessa cidade. O que mais me espantou é que os cariocas não puxam o freio de mão quando param o carro. Isso porque aí se o neguinho tiver que parar atrás de você (o carro), ele vai encostando e empurrando o seu (carro) até caber o dele (carro). Isso faz com que caibam mais carros nas ruas , que afinal são quase todas planas. É claro que não deve ser muito agradável alguém dando tótós na sua traseira (digo na do carro). Isso tudo me leva a crer que no Rio as traseiras são públicas. Ou seja, cuidado com sua traseira ao chegar para tomar sol em Copacabana. O carro fica soltinho, sem freio de mão e nem engrenado, sendo que se na rua da praia você engrenar o carro corre o risco de apedrejarem o mesmo.
No rio não se conhece o significado da palavra “arreda aì...”, do verbo arredar (eu arredo,tu arredas...). É estranho que o carioca não conheça essa palavra, já que até o mala do corretor ortográfico do Word, essa anta estrangeira, conhece essa palavra (visto que não apareceu o grifo vermelho que aparece embaycho de palavras escritas erroniamente).
Se você tem vontade de participar de uma corrida de carros de verdade, não precisa pagar o mico do Barrichelo, basta ir para o Rio e dar uma volta na cidade. Deve haver multas por andar a menos de 80 Km/h e furar sinal é uma mania de todo carioca, assim como falar engraçado e bater palma pro pôr-do-sol. Infelizmente eu não vi ninguém bater palma pro sol indo embora, acho que nem Sandy e Junior em um especial da Xuxa pode ser tão medíocre. Agora falarei do que realmente importa na cidade do Rio, a carioca...
A mulher carioca é gostosa por definição. Mais gostosa do que as mineirinhas porque lá tem maresia, logo a mulher carioca já é temperada antes de ir para a mesa (ou cama, chão). A carioca tem aquele salzinho no corpo, a carne é salgada com antecedência, logo ela é mais gostosa que as outras. Outro aspecto que chama a atenção na gostosura dessas moças, se refere ao fato delas exibirem uma marquinha de biquíni, contínua e eterna. Alguém que se coloque a imaginar o paraíso total, não poderia deixar de lembrar da marquinha de biquíni eterna. Essa marquinha misturada com o suor de maresia, torna a mulher carioca mais gostosa, fogosa, realmente caliente. No mais a carioca faz mais exercício que a mineira, logo apresenta carne mais durinha, pernas mais torneadas, sendo que para aqueles que vêem nas meninas, lindos pedaços de carne, justifica-se a preposição a “a carioca: a mulher mais gostosa”. Eu, no entanto veja nas mulheres mais do que pedaços de carne. Não que elas não sejam carne, da mais alta qualidade , mas elas são mais do que isso.
Falta à mulher carioca o olhar inteligente, a astúcia, a sensibilidade. A carioca tem um olha parado, próximo demais da realidade, patético, deve ser de ouvir muito funk, algo acaba se corroendo. A carioca tem um olhar de sexo, interessante, mas vil, muito alegre, superficial. Deviam ter aula de olhares com as mineiras, que talvez pela angustia de não irem à praia todo dia, de não terem marquinhas lindas de biquíni o ano inteiro, possuem um olhar triste, profundo, penetrante. Um olhar que me diz de sua percepção de mundo, uma percepção de quem não se vê como carne de açougue. Uma carne sim, mas uma que não vai pro abate tão facilmente, uma carne que se faz necessários um maior tempo de cozimento. Uma carne que é lentamente temperada, já que não é salgada naturalmente. O sal natural é bom, mas não pega tanto quanto o sal que possuem certas mulheres, certas mulheres que lêem mais do que tomam sol, ouvem mais musicas do que malham na academia. Essas moças que não moram na praia não possuem uma marca de biquíni contínua, mas algumas possuem o dom da fala contínua. Sendo que enquanto a preparamos para o abate, ela conversa conosco e sua carne se torna cada vez mais saborosa, a cada palavra, a cada sorriso.

No comments: